quinta-feira, 18 de abril de 2013

Feliciano é uma benção de Deus!


Então, quer dizer que, ser contra o Dep. Pastor Marco Feliciano é ser contra o Cristianismo? Mas qual Cristianismo?

Segundo ele próprio, o único Cristianismo verdadeiro é o que ele prega, os demais, incluindo a badalada Igreja Católica, são seitas de adoração a Satanás.

Em vídeo, gravado há 12 anos e que recentemente foi postado no Youtube, o pastor da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento afirmou que os católicos adoram Satanás, entregando seu corpo “à prostituição” e “a todas as misérias dessa vida.

O que acho mais engraçado nisso tudo é que até ontem, um grupo de católicos "defendiam" o Pastor por concordar que a oposição era "Radical" e uma apologia a "Ditatura Gay". E agora, como fica?

O inFeliciano disse:
“Se há algum católico entre nós aqui, o que eu duvido muito, mas, se tiver, deixa eu explicar uma coisa. Primeiro: você não pode sentir aquilo que nós sentimos sem experimentar o Deus que nós sentimos. ‘Não, pastor, não, pastor, mas eu sou carismático. Eu até aprendi a falar em línguas, colocaram uma fita no rádio e eu decorei.’ [Mas] Esse avivamento é o avivamento de Satanás.”

Nós, que nos colocamos ao lado dos direitos humanos e minorias, estamos tão cegos assim? Será mesmo?

Agora aparece um novo personagem, o Bispo dom Barbosa pedindo respeito a Igreja Católica. Tá, doeu né? Mas que tal sairmos desse patamar fundamentalista e de egos para pensarmos em humanos?

Respeito ao ser humano creio que seja um bom primeiro passo...

Eu hoje concordo com os pensamentos de Letícia Sabatella, creio que o Feliciano é uma benção de Deus, pois é um mal que vem para o bem.

“Feliciano é uma bênção de Deus, porque enfim as coisas vão acontecer em relação a homossexualidade, ao preconceito. Ele tem uma moral tão nazista, arcaica e egoísta, que está servindo para parecer o horror disso tudo. As pessoas estão se manifestando, assumindo suas relações. É um mal que vem para o bem”, declarou a atriz, que acredita que, em alguns anos, o preconceito irá acabar. “Assim como acabou a escravidão” - Letícia Sabatella 


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Redução da maioridade penal, solução ou sentimento de solução?

                                     

O primeiro equívoco por trás desse debate é supor que o menor que infringe a lei não é punido. Isso não é verdade. A Constituição Federal de 1988 considera os menores de 18 anos inimputáveis quanto ao Código Penal, mas sujeita eles a legislação especial: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê seis tipos de medidas sócio-educativas para os adolescentes – da advertência à internação, com privação de liberdade por um período máximo de três anos. Não há no Estatuto um sistema de impunidade. Pode-se dizer que, na realidade, são inimputáveis só os menores de 12 anos, pois entre 12 e 18 anos as punições estão previstas pelo ECA e uma vez que infrinjam a lei estarão sujeitos à medidas sócio-educativas.

Afirma-se que a internação de três anos é pouco e que as penas do ECA são muito brandas. Mas para alguém de 15 anos que fique preso até 18 anos, isto significou um sexto de sua vida. Branda? Se um menor de 12 anos de idade mata seu semelhante, pode ser internado provisoriamente pelo prazo de 45 dias, internação esta que não passa de uma prisão. Sendo semelhante à prisão temporária do adulto, com a ressalva de que esta não pode ser superior a 10 dias.

O menor responde pelo procedimento, com assistência de advogado, indicação de testemunhas, senta no banco dos réus, participa do julgamento – em tudo igual ao maior de 18 anos, mas tendo apenas 12 anos. Não é só: se for condenado, terá que cumprir pena de
internação – que não passa de prisão – em estabelecimento educacional – na verdade presídio de menores – pelo prazo máximo de três anos.

É verdade que ao criar as medidas sócio-educativas, o legislador tentou dar um tratamento diferenciado aos menores, mas foi por ter reconhecido neles a condição peculiar de pessoas em desenvolvimento. É comum em adolescentes que períodos de serenidade sucederem-se a outros de extrema fragilidade emocional e com demonstração freqüente de instabilidade... Sentem-se imortais, fortes, capazes de tudo... As emoções são contraditórias. Deprimem-se com fragilidade, passam de um estado meditativo e infeliz para outro de plena euforia. Somem-se a isso muitas influências negativas do meio familiar e social. Assim, o adolescente deve receber um tratamento legal diferenciado.

Outro equívoco é o de que nossa juventude está cada vez mais violenta. Dos crimes praticados no país só 10% são cometidos por adolescente. Apenas 1,09% dos jovens têm participação nos crimes mais violentos. A despeito de serem os jovens a principal vítima da violência. Destarte, caso fosse adotada, a redução da maioridade penal traria um impacto extremamente reduzido no que se refere à redução da criminalidade.

Os números se elevam apenas nos casos de tráfico de drogas (12,08%) e porte ilegal de armas (14,8%). É um erro, porém, o argumento de que a redução deve acontecer porque os menores são usados pelo crime organizado para acobertar as suas ações.

Em estudo da Organização Internacional do Trabalho concluiu que 15 % dos jovens que trabalham no tráfico têm entre 13 e 14 anos. O que faz supor que não haveria dificuldade em aliciar crianças cada vez menores, a cada redução proposta na maioridade penal. Reduza para 16 anos e os traficantes recrutarão os de 14, reduza para 14 e na manhã seguinte os de 13 estarão aliciados como soldados do tráfico. Assim, rebaixar a idade penal equivale a jogar no mundo do crime crianças cada vez mais jovens.

Das 57 legislações analisadas, apenas 17% adotam a maioridade penal menor do que 18 anos. O movimento dos Países é justamente o contrário: a Alemanha fez retornar a idade penal para 18 anos e criou, inclusive uma sistemática diferenciada para o tratamento de infratores entre 18 e 21 anos. O Japão, ao se surpreender com o súbito aumento da criminalidade entre jovens, ampliou a maioridade penal para 20 anos, por entender que é com educação que se previne à violência.

Diminuir a idade penal implica estar na contra-corrente da maioria dos países desenvolvidos. E mais, significa lançar adolescentes em prisões abarrotadas e dominadas pelo crime organizado. A verdade é que o ECA não foi completamente implantado, porque onde isso aconteceu os índices de reincidência caíram. Suas sanções se tornaram verdadeiros castigos, que revoltam os menores e não recuperam ninguém, a exemplo do que ocorre no sistema penitenciário adotado para adultos. O melhor caminho é colocar em prática o Estatuto reeducando e recolocando os mesmos na sociedade.

Não se pode permitir que o Estatuto, que não cumpre suas políticas sociais básicas; as famílias, que não têm estrutura e abandonam a criança; os pais que descumprem os deveres do pátrio poder; e a sociedade, que não exige do Poder Público a execução de políticas públicas sociais, cubram suas falhas exigindo a redução da maioridade penal.

Baixar a maioridade penal é criminalizar o jovem mais cedo ainda, incluindo-o no cenário que já se conhece: prisões superlotadas e ineficazes em suas propostas. A efetivação desse projeto de lei, além de inconstitucional, não traduz interesse e benéfico para a maioria da população: sua legitimação é uma farsa e seus efeitos irão recair sobre a classe pobre cada vez mais excluída do cenário social.

Autoria do texto: Patrícia Otoni Pereira, 19 anos, Acadêmica de Direito (4º Período) Universidade Federal de Goiás (UFG), Cidade de Goiás.

domingo, 14 de abril de 2013

Ana Maria Braga, o colar de tomates e a campanha desonesta da Globo

Da próxima vez que for usar o seu programa numa concessão pública de radiodifusão para fazer política, ao invés do colar de tomates Ana Maria Braga poderia pendurar melancias no pescoço...


A desavergonhada campanha da TV Globo pelo aumento da taxa de juros ganhou essa semana uma nova adesão. A apresentadora Ana Maria Braga, a mesma que protagonizou em 2007 o movimento direitista “Cansei” pelo impeachment de Lula, apareceu no seu programa matinal “Mais você” vestindo um colar de tomates. Patética, ela ironizou que o produto é “uma joia”, seguindo a linha de ataque da poderosa emissora ao novo perigo vermelho que ameaça descontrolar a inflação e jogar o país no caos completo.

A pressão da mídia rentista pela alta dos juros é implacável. Ela tem como alvo imediato a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para 16 e 17 de abril. Os bancos privados, com seus bilionários anúncios publicitários nos jornais, revistas, rádios e tevês, devem estar gratos pelo empenho. Neste bombardeio são acionados alguns jornalistas e “analistas de mercado” – nome fictício dos porta-vozes dos agiotas do capital financeiro. E agora também entrou em campo a eterna “cansada”.

O irônico é que no mesmo dia em que Ana Maria Braga usou o seu ridículo colar de tomates, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) informou que o preço do produto sofreu uma queda no preço de 43%. Segundo Mauro Zafalon, do UOL, “pisoteado nas últimas semanas, o tomate deverá ser esquecido a partir de agora. A oferta melhora, e os preços começam a voltar ao normal… O tomate viveu nos últimos meses um período de incertezas agrícolas, muito comum a vários produtos do setor”.

A notícia confirma o que muitos já desconfiavam. A mídia rentista aproveitou a alta sazonal do preço do tomate para fazer terrorismo pelo aumento dos juros. Até a colunista Miriam Leitão, uma arqui-inimiga do governo Dilma, reconheceu ontem no próprio O Globo que o recente aumento da inflação é um fenômeno momentâneo. Da próxima vez que for usar o seu programa numa concessão pública de radiodifusão para fazer política, ao invés do colar de tomates Ana Maria Braga poderia pendurar umas melancias no pescoço!


Altamiro Borges, em http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/ana-maria-braga-o-colar-de-tomates-e-a-campanha-desonesta-da-globo.html

O "Mensalão" Tucano...



A mídia nativa entende que o processo do “mensalão” petista provou finalmente que a Justiça brasileira tarda, mas não falha. Tarda, sim, e a tal ponto que conseguiu antecipar o julgamento de José Dirceu e companhia a um escândalo bem anterior e de complexidade e gravidade bastante maiores. Falemos então daquilo que poderíamos definir genericamente como “mensalão” tucano. Trata-se de um compromisso de CartaCapital insistir para que, se for verdadeira a inauguração de um tempo novo e justo, também o pássaro incapaz de voar compareça ao banco dos réus.



A privataria. Não adianta denunciar os graúdos: a mídia nativa cuida de acobertá-los
Réu mais esperto, matreiro, duradouro. A tigrada atuou impune por uma temporada apinhada de oportunidades excelentes. Quem quiser puxar pela memória em uma sociedade deliberadamente desmemoriada, pode desatar o entrecho a partir do propósito exposto por Serjão Motta de assegurar o poder ao tucanato por 20 anos. Pelo menos. Cabem com folga no enredo desde a compra dos votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, até a fase das grandes privatizações na segunda metade da década de 90, bem como a fraude do Banestado, desenrolada entre 1996 e 2002.

Um best seller intitulado A Privataria Tucanaexpõe em detalhes, e com provas irrefutáveis, o processo criminoso da desestatização da telefonia e da energia elétrica. Letra morta o livro, publicado em 2011, e sem resultado a denúncia, feita muito antes, por CartaCapital, edição de 25 de novembro de 1998. Tivemos acesso então a grampos executados no BNDES, e logo nas capas estampávamos as frases de alguns envolvidos no episódio. Um exemplo apenas. Dizia Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente do banco, para André Lara Rezende: “Temos de fazer os italianos na marra, que estão com o Opportunity. Fala pro Pio (Borges) que vamos fechar daquele jeito que só nós sabemos fazer”.

Afirmavam os protagonistas do episódio que, caso fosse preciso para alcançar o resultado desejado, valeria usar “a bomba atômica”, ou seja, FHC, transformado em arma letal. Veja eÉpoca foram o antídoto à nossa capa, divulgaram uma versão, editada no Planalto e bondosamente fornecida pelo ministro José Serra e pelo secretário da Presidência Eduardo Jorge. O arco-da-velha ficou rubro de vergonha, aposentadas as demais cores das quais costuma se servir.
Ah, o Opportunity de Daniel Dantas, sempre ele, onipresente, generoso na disposição de financiar a todos, sem contar a de enganar os tais italianos. Como não observar o perene envolvimento desse monumental vilão tão premiado por inúmeros privilégios? Várias perguntas temperam o guisado. Por que nunca foi aberto pelo mesmo Supremo que agora louvamos o disco rígido do Opportunity sequestrado pela PF por ocasião da Operação Chacal? Por que adernou miseravelmente a Operação Satiagraha? E por que Romeu Tuma Jr. saiu da Secretaria do Ministério da Justiça na gestão de  Tarso Genro? Tuma saberia demais? Nunca esquecerei uma frase que ouvi de Paulo Lacerda, quando diretor da PF, fim de 2005: “Se abrirem o disco rígido do Opportunity, a República acaba”. Qual República? A do Brasil, da nação brasileira? Ou de uma minoria dita impropriamente elite?

Daniel Dantas é poliédrico, polivalente, universal. E eis que está por trás de Marcos Valério, personagem central de dois “mensalões”. Nesta edição, Leandro Fortes tece a reportagem de capa em torno de Valério, figura que nem Hollywood conseguiria excogitar para um policial noir. Sua característica principal é a de se prestar a qualquer jogo desde que garanta retorno condizente. Vocação de sicário qualificado, servo de amos eventualmente díspares, Arlequim feroz pronto à pirueta mais sinistra. Não se surpreendam os leitores se a mídia nativa ainda lhe proporcionar um papel a favor da intriga falaciosa, da armação funesta, para o mal do País.

Pois é, hora do dilema. Ou há uma mudança positiva em andamento ou tudo não passa de palavras, palavras, palavras. Ao vento. É hora da Justiça? Prove-se, de direito e de fato. E me permito perguntar, in extremis: como vai acabar a CPI do Cachoeira? E qual será o destino de quem se mancomunou com o contraventor a fim de executar tarefas pretensamente jornalísticas, como a Veja e seu diretor da sucursal de Brasília, Policarpo Jr., uma revista e um profissional que desonram o jornalismo.

Via: http://www.cartacapital.com.br